Dia Mundial da Tuberculose
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Dia Mundial da Tuberculose
21 Março 2009 - 00h30
Dia Mundial da Tuberculose (24 de Março)
"Vi muitos doentes a terem recaídas”
Eduardo Marçal Grilo. O antigo ministro da Educação esteve internado em 1990. Cumpriu o tratamento à risca e deixou de ir à praia.
Dia Mundial da Tuberculose (24 de Março)
"Vi muitos doentes a terem recaídas”
Eduardo Marçal Grilo. O antigo ministro da Educação esteve internado em 1990. Cumpriu o tratamento à risca e deixou de ir à praia.
Correio da Manhã – Em 1990 foi--lhe diagnosticada tuberculose. A que tratamentos foi submetido?
Eduardo Marçal Grilo – Durante os primeiros três meses não trabalhei. Estive internado no Hospital de Santa Maria com um derrame pleural que provocava dores horríveis. Fui tratado com três medicamentos cruzados e cumpri à risca as prescrições médicas. Muitas vezes as pessoas sentem-se bem e acabam por abandonar os tratamentos a meio, o que é prejudicial porque o combate à doença deve ser levado até ao fim.
– Além dos tratamentos médicos, teve outros cuidados?
– Deixei de ir à praia e evitei apanhar sol porque o bacilo da tuberculose é aeróbio, ou seja, alimenta-se de oxigénio. Aliás, é por essa razão que os sanatórios se localizavam a altitudes. Quanto maior a altitude, menor o oxigénio, e consequentemente, menores as possibilidades do bacilo se propagar.
– Disse que o combate à doença tem de ser levado até ao fim. Porque é que alguns pacientes não terminam os tratamentos?
– Os tratamentos têm uma lógica de intervenção que é decidida pelo médico. Gostava que a comunidade médica explicasse melhor e com detalhe aos doentes quais são as consequências de não se levar os tratamentos até ao fim. Quando estive internado vi muitos doentes que tinham deixado a medicação a meio a ter recaídas.
– A sociedade portuguesa está preparada para lidar com uma doença como a tuberculose?
– Penso que depende muito da área de intervenção da sociedade; há sectores mais mobilizados para o combate à doença, noutros ainda existe um grande desconhecimento sobre a tuberculose, que é uma doença curável e que deve ser devidamente acompanhada.
PERFIL
Eduardo Marçal Grilo nasceu em Castelo Branco, em 1942. É doutorado em Engenharia Mecânica. Foi director-geral do Ensino Superior entre 1976 e 1980 e ministro da Educação no XIII Governo Constitucional, (entre 1995 e 1999). Actualmente é administrador da Fundação Calouste Gulbenkia
"RASTREIO É IMPORTANTE"
Correio da Manhã – Como é que a população pode evitar a doença?
Eduardo Marçal Grilo– O mais importante é o rastreio. Hoje em dia é fundamental que as pessoas façam uma radiografia ao tórax, análises regulares ao sangue, uma ecografia abdominal e, a partir de certa idade, um electrocardiograma e uma prova de esforço.
– Faz exames com regularidade?
– Desde cedo que faço exames médicos. A tuberculose é uma doença maldita dos anos 40 que hoje em dia é curável e é importante que as pessoas percebam que podem ser tratadas com sucesso.
– Lembra-se da primeira vez que fez uma radiografia ?
– Quando era miúdo fazíamos uma micro – exame radiológico ao tórax – no liceu e também na universidade. Ainda me lembro das carrinhas na escola. Hoje em dia isto já não existe. Em Portugal fazem-se micros nas empresas, mas já não existe um rastreio escolar.
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